A Gaiola Dourada

Opá este filme tem uma certa piada!

Estava assim um bocadinho a modos que, receosa de o ver. Na verdade, nem as boas criticas e o sucesso alcançado me fizeram deslocar às salas de cinema. Talvez até o teria deixado passar, mas um convite irrecusável fez com que esta historia tão simples – não vão à espera de mais – mas tão bem contada, se revelasse numa surpresa positiva.

Este filme, francês, retracta o dia-a-dia de uma família de emigrantes portugueses, a viver em França. À medida que vamos conhecendo os personagens, muito bem encadeados, entramos nesta história com piadas constantes, onde não faltam clichés, mas que usados de forma inteligente e sempre apelando à tradição portuguesa, fazem saltar a gargalhada fácil.

O olho clínico e assertivo do realizador, Ruben Alves – luso francês e filho de emigrantes, não deixa escapar nenhum pormenor dos costumes portugueses. E lá está!! O bigode, o bacalhau, o fado, o futebol e claro umas asneiradas pelo meio... fazem parte. Mas não é só isso, a forma inteligente como conseguiu abordar e equilibrar o lado dramático e sério com o lado humorístico, fez com que gostasse realmente deste filme, e aqui, também muito bem caricaturado pelo realizador, os valores familiares, as raízes  e o amor pelo outro falam mais alto. É ver para crer!!

Não sou lá muito de comédias, fazer-me chorar é sempre mais rápido do rir! Que é uma coisa que me irrita, um bocadinho! É só ver uma cena mais emotiva, e a lágrima não espera, cai de imediato! E aqui, quando os valores familiares falaram mais alto, pronto! Estava eu com a lágrima prestes a denunciar-me, perante a minha cara metade, num filme de comédia pura.

Estas a chorar? quem eu? nã!! e ele ainda riu mais...opá por favor, quando a pessoa precisa de um abracinho, para que caiam as restantes...HOMENS!!